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O NOVO HÁBITO ALIMENTAR

Por Juliana Rosa - Nutricionista

Quem aqui se lembra da cozinha da mãe quando pequena (o) ou mesmo a cozinha dos avôs?! Por acaso parecia cor de um lápis: branco, amarelo ou azul? Se sim, você acompanhou algumas das mudanças que vamos falar abaixo. Antes, não vamos falar de móveis, mas da mudança na alimentação desde a década 1980 até os dias de hoje, foi apenas um trocadilho para mostrar um pouco das transformações que vamos falar a seguir!

São inúmeras as razões que envolvem a escolha do alimento. Apesar de podermos pensar que a escolha é apenas pelo simples gosto ou oque o sabor pode trazer de sensações boas, a relação entre comida e nutrição acompanha fatores culturais. E você pode fazer um teste agora mesmo. Pense em um alimento ou preparação que lembre a reunião de sua família ou mesmo algum alimento que tanto gosta, como aquele bolo feito pela sua mãe todas as tardes, pois te chama para descansar um pouco da brincadeira com seus amigos! Espero que esteja com água na boca ao lembrar e até sabe qual é o sabor desse bolo! Sim? Eu lembro, era de cenoura.

Razões econômicas também sempre foram fatores de consumo alimentar. Numa possível mudança de escolha da marca de acordo com as flutuações dos preços de produtos habitualmente comprados. Substituindo-o por outro mais barato.

Se 40 anos atrás a preocupação era com a desnutrição, hoje a obesidade é a que mais ameaça a saúde dos brasileiros. O consumo de alimentos mudou bastante. Isso é reflexo de uma mudança cultural.

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Dados divulgados pelo Vigitel de 2014 mostra que 50,4% dos homens brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso e 63,6% entre as mulheres. O IBGE alerta que cerca de 82 milhões de pessoas apresentaram o IMC igual ou maior do que 25 (sobrepeso ou obesidade). A partir dos 65 anos de idade, observa-se um declínio da prevalência do excesso de peso para ambos sexos.

Pesquisas mostram também que a obesidade está crescendo mais entre as camadas mais pobres da população. Nos anos 1970, as pessoas com excesso de peso e obesos eram mais comuns entre os mais favorecidos. Hoje, a situação já é totalmente inversa.

E um dos grandes causadores destes resultados pode estar na mudança de alguns valores. A saída das mulheres e mães para o mercado de trabalho e em comum, maior industrialização dos alimentos. A partir da década de 1980 houve crescente número de opções de alimentos práticos para o consumo. Grandes redes de fast-food se distribuíram em franquias para os 5 continentes.

Estes produtos, inventados pela indústria, são novos ao paladar e aos hábitos. Assim, para facilitar sua aquisição, normalmente à indústria vai se valer de alguns artifícios.

De um lado a embalagem vai ser extremamente colorida para chamar a atenção do consumidor. De outro lado, os produtos passam a ser fabricados incorporando enormes quantidades de açúcar, sal e gordura. Além disso os aditivos químicos tornaram-se cada vez mais comuns.

Destaco para os coloridos artificialmente, como o “Nesquik”, sabor morango, e que hoje tem sua composição toda repaginada, passou de corantes artificiais aos naturais e inclusão de vitaminas e minerais. Outro exemplo é uma fábrica de chocolate da regional no abc paulista que fez muito sucesso quando lançou “cigarrinhos de chocolate”. Naquele momento era muito comum empresas do tabaco usarem suas marcas nos principais eventos esportivos, colocando visível a marca em carros de Formula 1, camisetas de atletas em várias modalidades entre outros.

O termo fast-food foi criado pelos irmãos Richard e Maurice Mc Donald, no final da década de 40. O drive-in que possuíam desde 1937 passou por uma reformulação que buscava maior racionalidade no serviço e hoje temos os telefones e Apps para delivery, para facilitar e deixar mais amistoso para as famílias. Por essa razão as comidas industrializadas e o fast-food são confundidos com a cultura norte-americana.

Em relação à utilização de refeições rápidas, só nesta década, esse mercado cresceu 30%. Cada vez mais o fast-food torna-se comum nos lares brasileiros.

O consumo doméstico de hambúrgueres, pratos prontos, aves e carnes congeladas crescem ano a ano em todas as pesquisas nacionais. O uso difundido do consumo de congelados, enlatados, micro-ondas e de alimentos refrigerados também. E até o tamanho dos refrigeradores acompanhou. Não era comum encontrar refrigeradores com espaço para freezer como hoje.

A propaganda televisiva tem um papel decisivo neste processo. Na década de 80 o número de lares brasileiro que possuíam televisão chegava a 80%. O aumento do consumo de carne pode refletir a necessidade do brasileiro de mostrar certa ascensão social. Para grande parte da população, que sempre viveu à margem do consumo, a carne ainda continua sendo o alimento que mais demonstra a condição econômica. Talvez seja o alimento mais desejado pelo brasileiro, pois é dos que causam maior sensação de saciedade. A redução do consumo do feijão e da farinha de mandioca bem como o crescimento do consumo do pão francês aponta para um novo hábito que vem crescendo, o “lanche”. Aparece, talvez, como substituto do jantar.

Percebe-se, porém, a preocupação restrita deste novo hábito com a saúde. Num mundo em que a informação chega aos lugares mais distantes, compreende-se que a massificação ocorra em dois sentidos. Por um lado, a procura por alimentos de fácil preparo e, por outro, a necessidade, ainda tímida, de cuidar melhor das escolhas alimentares, buscando produtos de maior qualidade.

Na ultima edição da APAS Show 2018 houve importantes lançamentos neste sentido. São alimentos e snacks pronto para o consumo, com proposta de serem mais nutritivos. Destaque para a bebida láctea uht sabor chocolate “Nescau” com 13 gramas de proteína. A “Copra” apresentou três sabores de chips de coco desidratado, néctar de coco (tipo mel com baixo índice glicêmico), o “Coco aminos” sabor próximo ao shoyo sem soja, leite condensado e caldas de caramelo e chocolate sem lactose, leite de coco em pó e leite de coco pronto para beber sem lactose. Várias marcas lançaram barrinhas de cereais, vegetais e proteicos. A empresa “Frutap” trouxe o leite fermentado com suco de frutas em tamanho família (de 1 litro).

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Para concluir, é importante dizer que o hábito de consumir produtos cada vez práticos e industrializados é uma regra muito contemporânea. As atividades diárias podem distanciar da cozinha e da comida genuinamente caseira, mas a escolha é sua, é minha e o mercado está pronto para acompanhar e trazer soluções para nosso dia a dia se tonar cada vez mais leve e saudável.

https://stravaganzastravaganza.blogspot.com/2011/07/mudancas-de-habitos-alimentares-no.html

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/08/16/noticias-saude,194062/alimentacao-veja-as-principais-mudancas-nos-doze-primeiros-anos-do-se.shtml (acesso 04.06.2018 as 18:00h)

 

Juliana Rosa, Nutricionista, CRN-3 23665

 

 

Post Comentário

 

 

BLOG DOS PROFISSIONAIS - Comentários sobre o Artigo - Nutricionista Juliana Rosa

 

emfoco

 

Comentário - Estudante de nutrição

Muito bom o artigo. Sempre é bom ressaltar a importância que o Nutricionista tem principalmente técnicamente
Parabéns!!!

 

emfoco

 

Comentário - Erika Silva Nutricionista de gestão

As empresas devem valorizar mais a atuação nutricional pois somos o que oferecemos!

 

emfoco

 

Comentário - Marcela Duarte

Muito bom!!! Precisamos de mais iniciativas e conteúdos como o que li no blog bem direcionado e atual.

 

emfoco

 

Comentário - Grazi nutri

O artigo terá continuidade sobre este tema? Seria ótimo se pudesse falar mais sobre hábito alimentar

 

 

emfoco

 

Comentário - Elia - Cozinha Saudável

Sem dúvida nenhuma o tema é muito bom. Mas as pessoas só param para ver sobre o assunto quando precisam ou são obrigadas. Espero ver mais artigos para replicar aos meus clientes que duvidam que somos o que comemos.

 

 

 

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JULIANA ROSA

Graduada desde 2007, Colégio Salesiano de Santo André. Especialista em Nutrição desde 2009. Atende em consultório e Personal Diet com foco na área esportiva. Presta consultoria para empresas de alimentos e Colunista em revista especializada na área esportiva e mkt nutricional.

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